quinta-feira, 30 de abril de 2009

MARIA DO CARMO

Dona Maria do Carmo, uma mulher que tece vida e amor!
Dulcinéa Cassis
O apóstolo Paulo e seus amigos Áquila e Priscila tinham por ofício fazer tendas. Ganhavam
o seu sustento construindo o local de moradia das pessoas. Preparavam com seu trabalho o local
onde as pessoas iriam se abrigar.
Mais antigo do que essa história, conta um mito grego que as Moiras eram as três irmãs
que determinavam o destino, tanto dos deuses, quanto dos seres humanos. Elas eram
responsáveis por fabricar, tecer e cortar aquilo que seria o fio da vida de todos os indivíduos.
Durante o trabalho, as Moiras, posicionando na roda do tear o fio do indivíduo em sua parte mais
privilegiada (o topo) ou em sua parte menos desejável (o fundo), influenciariam os períodos de
boa ou má sorte de todos.
Eu entendo que esse mito nasceu da necessidade pagã de explicar o que acontece na
vida das pessoas. A figura da mulher que tece foi escolhida pelo significado do poder que têm as
mulheres (que naquela época tinham como um de seus principais trabalhos a tecelagem), de
influenciar o destino daqueles que eram seus e, conseqüentemente, da humanidade. Assim
como dizemos que "a mão que embala o berço é a mão que governa o mundo", os gregos
diziam que as mãos que tecem são as mãos que influenciam a vida das pessoas.
Pois é de uma pessoa que tece, não no tear (pelo menos que eu saiba), mas no crochê e
no tricô, que eu quero lembrar.
Dona Maria do Carmo ganha a vida, desde que eu a conheço, com seus lindos trabalhos
manuais. São bordados, tricô e crochê. Mulher de fibra, não pára de trabalhar!Tem sempre
disposição para fazer e ensinar. Para organizar os bazares da igreja e os enxovais dos bebês de
famílias carentes.
Através do seu tecer, tece vida e amor. Multiplica, através do ensinar outras mulheres a
bordar, o seu amor!
Ponto por ponto, costurou sua tenda, seu lar! Pelo seu tecer, teceu a vida dos filhos,
teceu a vida do Sergio, que hoje é pastor e trabalha na Seara do Senhor!
Eu, que não sei fazer nada dessas coisas, quando penso no trabalho que deve ser, ponto
por ponto, até formar uma toalha, uma colcha, e outras coisas mais, fico pensando no que quem
tece e borda fica pensando... acho que, ponto por ponto, exercitando o amor e a paciência, cada
ponto é uma palavra de oração e gratidão.
Na atenção ao ponto, uma intenção de amor. No labor do tecer o fio, o amor de tecer a
Vida!

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