quinta-feira, 30 de abril de 2009

Os primeiros Tataravós

Todos os domingos, quem consegue chegar cedo ao culto da manhã pode observar um
quadro que caracteriza a idade da IMAS. São algumas dezenas de cabeças brancas, ao natural
ou disfarçadas pelo tradicional louro das mulheres que teimam em não envelhecer.
Mas nem sempre foi assim. Houve um tempo por aqui em que as únicas cabeças
brancas, salvo engano de minha memória de criança, eram as de um casal muito querido por
toda a igreja. Era o “seu” Olinto e a dona Bernadette. Naquele tempo, aqui em Brasília, eram
raros os idosos. Quem veio fundar a nova capital eram trabalhadores que estavam, no máximo,
na meia idade. Mas o casal, certamente acompanhando seus filhos, veio para Brasília.
Eu e outros, jovens e crianças cujos avós ficaram nas cidades de origem, ficávamos,
confesso, com uma pontinha de inveja da Dette e de seus irmãos. Eles podiam usufruir dessa
dádiva: conviver com os avós.
“Seu” Olinto e dona Bernadette, como parece que é o costume por aqui, tinham lugar
marcado: na fila de bancos à esquerda de quem chega, ao lado de sua filha, dona Antonia.
Esta, sempre acompanhada de seu marido, Ari, que, como o casal de velhinhos, também já não
está entre nós.
O tempo passou, os netos de dona Bernadette cresceram. Bernadette, filha de dona
Abia, que recebeu o nome da avó, casou-se com o Daso, filho do casal Daso Coimbra e Nina
Rosa. Seu primogênito, o Dasinho, também cresceu, casou-se com a Lúcia, também de tradição
evangélica e que chegou depois por aqui.
Na semana passada nasceu a filhinha do casal de jovens: a Ana Beatriz. A menina
trouxe alegria a toda a família, mas também muita preocupação. Nasceu com problemas
respiratórios e precisou de cuidados na UTI neonatal.
A igreja se pôs de joelhos para interceder pela saúde da pequena menina. Após o
culto, de igreja cheia em plena sexta-feira, a Cláudia Ziller lembrou: A Ana Beatriz é a primeira
criança da quinta geração da IMAS!
Fiquei lembrando de dona Bernadette e “seu” Olinto. Lembrando do tempo de nossa
infância. Como o tempo passa depressa... o Daso e a Dette já são avós!
Como não sabemos com detalhes como são as coisas do lado de lá, me permiti viajar
pela imaginação... quem sabe, enquanto a igreja orava, lá aos pés do Pai, estaria o casal de
velhinhos intercedendo pela sua tataraneta...
Certamente eles, que têm esse direito, confiam na promessa: “Bem-aventurado o
homem que teme ao Senhor e se compraz em seus mandamentos. A sua descendência será
poderosa na terra; será abençoada a geração dos justos” (Salmos 112:2).
Fica aqui a minha homenagem póstuma ao saudoso casal pioneiro da IMAS! Que Deus
abençoe a Ana Beatriz e a quinta geração do metodismo em Brasília...
(Dulcinéa Cassis)

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